Brilho Eterno de uma Mente Com Lembranças

Depois de passar frio, fome, sono, dores musculares, sede e raiva durante os três dias de show no SWU, mas agora devidamente deletados da memória só sobrou o brilho eterno de uma mente com lembranças dos melhores momentos dos shows que foram guardados em cada cantinho da mente.

O festival não poderia ter começado melhor do que assistindo logo de cara Mutantes e The Apples in Stereo. Apesar da idade, Sérgio Dias subiu ao palco animado com um solo de cinco minutos na música "Ando Meio Desligado", sentado na beira do palco, enquanto os músicos citavam o refrão de "While My Guitar Gently Weeps". O show não foi só alegria (mentira, foi sim!), pelo menos para Sérgio Dias, que veio cheio de ironias politicas, na música "El Justiciero" chamou a candidata à presidência Dilma Rousseff de defensora dos "puebres" e, mais adiante, pediu: "besame mucho, Lulacito".



Um dos shows que eu mais esperava ver por aqui, na qual considero que foi um dos melhores de todo o festival, The Apples in Stereo fez a sua já conhecida apresentação pop psicodélica futurista (vide para o figurinos prateados usados por toda a banda) e memorável para um público pequeno presente no palco Oi, que tocou todos os clássicos como Energy (dedicada à Mutantes no palco ao lado), Same Old Drag e Go.



Para fechar a noite depois de The Apples in Stereo teve em sequência Los Hermanos com um show decente dessa vez, bem melhor que aquele showzinho de abertura para o Radiohead a quase dois anos. Em seguida foi a vez do The Mars Volta subir ao palco para incendiar o palco para o Rage Against The Machine (se é que precisa!), com músicas cada vez mais longas, The Mars Volta foi uma ótima surpresa de demonstração de música progressiva. Quanto ao show mais esperado do primeiro dia, o Rage Against The Machine, veio com uma agressividade por parte da banda e do público, com uma chuva de latinhas para a pista premium, público quebrando a barreira que separava a pista comum da pista vip, pessoas desmaiando até que a produção cortou o som da banda para resolver o tumulto. Será que alguém teve culpa por isso? Tom Morello? será? Só faltou uma estrela vermelha no palco e entrar com um boné do MST. Enfim, confussões aparte, o RATM teve um encerramento inesquecível e apoteótico com "Killing In The Name".



Terminando o primeiro dia de show, anda uma hora a pé na poeira até o estacionamento, volta para o hostel, dorme algumas horinhas, almoça, volta para a fazenda maeda e começa de tudo de novo com a esperança que o frio diminua para curtir o festival mais a vontade. Ainda bem que o segundo dia começou (pra mim!) logo de cara com a doce Regina Spektor, e em seguida Joss Stone e Dave Matthews band. Ahhh... o que dizer da Regina? teve músicas lado A e lado B, fez percussão com uma cadeira, foi certamente um show memorável pra quem assistiu grudado ao palco (dizem que la de trás não foi a mesma coisa). Tirando os problemas de som e os fãs tentando cantar junto (O show foi todo certinho, mas no lugar errado, deveria ter sido em uma lugar menor, com palco menor, público sentado para apenas degustar a delicada voz da Regina), com toda certeza a apresentação merece um biz aqui no Brasil.

Regina Spektor no Swu festival itu sp são paulo

Fechando o segundo dia com Kings of Leon com seu indie-country com um público gigante, boa parte por meninas enloquecidas, ao ponto de se ver algumas pelo parque chorando por causa da familia Followill, os atuais queridinhos da música. Teve momentos que foi uma coisa meio freak, mas logo se tornou piada com o Caleb: "Meninas, vou tocar logo `Use Somebody’ para vocês irem embora e sair do frio, tá?”



Finalmente terceiro e último dia (já tava na hora de acabar!), em especial para assistir "os beatles do indie", Cansei de Ser Sexy e de quebra o Queens of the Stone Age. Com a tenda cheia, o CSS fez uma apresentação a todo vapor, com uma combinação de dacinhas excêntricas da adoravel Lovefoxxx, perguntas sobre o assassino da novela para os fãs, Lovefoxxx se jogando aos fãs que o show do CSS pode ser considerado um dos melhores do festival.



Mas cereja do bolo sempre fica por último, o troféu de melhor show vai para os tiozinhos do Pixies com um repertório redondinho cheio de clássicos, provou por que é chamado por alguns de "os Beatles do indie". Seria injusto falar que o Pixies fizeram um show morno tocando todos os clássicos que os fãs pularam, gritaram, choraram e cantaram desafinados. O emocional foi ligado e quase estourando durante todo o show em poder ver toda história do indie rock nos últimos 25 anos passada a limpo em um show.





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